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Como priorizar terrenos com precisão cirúrgica? Este playbook apresenta o IPU – Índice de Potência Urbana, um método executivo que combina heatmaps de acessibilidade e centralidade com fricções regulatórias e custos (INCC, VSO, vacância) para classificar landbank. Com base em redes urbanas, dados oficiais e relatórios de mercado, mostra-se como originação, due diligence e ativação urbana convergem para acelerar TIR e reduzir riscos.
Como priorizar terrenos com precisão cirúrgica? Este playbook apresenta o IPU – Índice de Potência Urbana, um método executivo que combina heatmaps de acessibilidade e centralidade com fricções regulatórias e custos (INCC, VSO, vacância) para classificar landbank. Com base em redes urbanas, dados oficiais e relatórios de mercado, mostra-se como originação, due diligence e ativação urbana convergem para acelerar TIR e reduzir riscos.
Incorporadoras líderes que disputam solo escasso em grandes metrópoles precisam de uma diligência prévia (due diligence) que ultrapasse o checklist jurídico e cruze, de forma sistemática, acessibilidade, centralidade e riscos/reguladores para estimar o Índice de Potência Urbana (IPU) — um escore composto para priorização de landbank. Sob a ótica de redes urbanas, a infraestrutura não apenas “conecta” pontos no território: ela induz transformação espacial e uso do solo nas suas adjacências, catalisando novos polos de atividade quando desenhada e operada em sinergia com o espaço público. É o ponto de partida para tratar due diligence como engenharia de redes e não como ato estático de conferência.
Ao integrar métricas de fluxos (mobilidades), nós (centralidades) e fricções (licenciamento, restrições ambientais, INCC, vacância e VSO), o IPU direciona capital para terrenos com maior probabilidade de absorção e de valorização relativa no ciclo. Essa abordagem ecoa a virada paradigmática do projeto urbanístico para a Teoria das Redes e sua noção de estruturas catalíticas e adaptáveis, em que a cidade evolui por revisões incrementais e contínuas, e não por “grandes planos” pontuais.
O INCC-M acumula 7,07% em 12 meses (set/2025), após aceleração ao longo de 2025, pressionando proformas, contingências e cronogramas de obra, especialmente em estruturas de pré-lançamento indexadas. Portal FGV+2IBRE+2

Figura 1 – INCC-M (12 meses) – set/2024 a set/2025
Fonte na imagem (ABNT): FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS. INCC-M – Resultados 2024-2025. Rio de Janeiro: FGV IBRE, 2024-2025. Disponível em: https://portal.fgv.br/. Acesso em: 7 out. 2025.
Em São Paulo, a vacância de escritórios AA/A caiu para 17,3% no 2T25 (menor em 5 anos), com asking rent em R$ 110/m²/mês — sinais de adensamento funcional em eixos com transporte e serviços, relevantes para a atratividade de usos mistos e residencial multifamily. jll.com+1

Figura 2 – SP (AA/A): Vacância 1T25 vs 2T25

Figura 3 – SP (AA/A): Asking rent 1T25 vs 2T25
Fonte nas imagens (ABNT): JLL. Market Dynamics/First Look – São Paulo Offices 1T–2T 2025. São Paulo: JLL, 2025. Disponível em: https://www.jll.com/. Acesso em: 7 out. 2025.
No segmento residencial, o Secovi-SP indica 111,7 mil unidades vendidas no acumulado de 12 meses até jul/2025 e 109,9 mil até ago/2025 (VSO de 8,8% em jul/2025 e 13,6% em jun/2025), revelando resiliência e heterogeneidade setorial por micromercado. Secovi+3Secovi+3Secovi+3
A literatura e os dados públicos reforçam que acessibilidade a empregos (tempo e conectividade) correlaciona-se com renda e produtividade urbana — pilar essencial do IPU. openknowledge.worldbank.org+1 No Brasil, bases como PNAD Contínua (deslocamentos, trabalho), ITDP/MobiliDADOS (indicadores de mobilidade) e estudos setoriais (CNT 2024) permitem parametrizar deslocamentos e modos, compondo o heatmap de acessibilidade. Poder 360+3IBGE+3IBGE+3
Definição: escore padronizado (0–100) para priorização de áreas/terrenos, calculado por microrregiões, eixos ou “tiles” 250×250 m, composto por três dimensões:
Normalização e pesos. Variáveis são reescaladas (z-score ou min–max); subescores combinam-se por pesos (40/40/20). O IPU pode ser calibrado por classe de produto (MCMV, médio, alto padrão, locação multifamily) e tese de investimento (desenvolver, comprar–construir–operar, landhold). (Observação: pesos e proxies podem variar conforme cidade/organização.)
Heatmaps.
A fusão gera uma superfície IPU com quatro quadrantes para priorização:
Q1 – “Campeões IPU” (alto-alto): alocar capex imediato (originação ativa);
Q2 – “Labs de valor” (alto acesso, média centralidade): teses 15-min, place-making e ancoragens;
Q3 – “Núcleos emergentes” (média acess., alta centralidade): ativar mix de usos e mobilidade de microescala;
Q4 – “Opções fora-do-dinheiro”: manter em observação ou negociar preço/condições.
Âncora teórica. O método traduz para a incorporação a visão de “redes catalíticas” e “axis do movimento”: espaços e infraestruturas de mobilidade desencadeiam transformações graduais do tecido urbano, favorecendo plasticidade e adaptação quando bem sintonizados com usos e fluxos do cotidiano.
Figura 4 – Heatmap IPU – Submercados de São Paulo (ilustrativo, grid 4×5)

Figura 5 – Dispersão Acessibilidade × Centralidade (bolha = fricções invertidas)

Notas rápidas de leitura das figuras 4 e 5:
Legendas das figuras trazem as referências em ABNT (IBGE/PNAD; ITDP/MobiliDADOS; JLL 1T–2T/25; FGV/INCC; BERTACCHINI, 2007) e deixam claro que os valores são ilustrativos para o playbook.
O heatmap não é georreferenciado; organiza submercados em um grid para comparar IPU (0–100) já composto pelos pesos Acess. 40% / Central. 40% / Fricções 20%.
A dispersão revela os quadrantes de decisão: canto superior direito (alto–alto) indica “campeões IPU”; círculos maiores significam menores fricções (melhor viabilidade).
Dias 0–15 | Setup de dados
Dias 15–40 | Modelagem IPU
Dias 40–60 | Heatmaps e shortlist
Dias 60–90 | Diligência avançada e pricing
Dias 90–100 | Comitê e Go/No-Go
Due diligence de solo deve migrar de uma verificação estática para um sistema de decisão dinâmico, integrando acessibilidade, centralidade e fricções em uma métrica acionável (IPU). O método se ancora em uma leitura relacional da cidade — infraestrutura + espaço público como redes catalíticas — e transforma originação em um processo iterativo de aprendizado de mercado, direcionando capital para microterritórios com maior potência de valor no ciclo. É, essencialmente, um translation layer entre a teoria das redes e a execução de landbank na indústria de incorporações.
Livros (5)
JACOBS, J. Morte e vida de grandes cidades. 1. ed. São Paulo: WMF/Martins Fontes, 2011 (orig. 1961).
LYNCH, K. A imagem da cidade. 1. ed. São Paulo: WMF/Martins Fontes, 2011 (orig. 1960).
KUHN, T. A estrutura das revoluções científicas. 10. ed. São Paulo: Perspectiva, 2013 (orig. 1962).
CASTELLS, M. A sociedade em rede. 12. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2018 (orig. 1996).
BATTY, M. The New Science of Cities. Cambridge: MIT Press, 2013.
Indicadores e bases (5)
IBGE. PNAD Contínua. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/. Acesso em: 7 out. 2025. IBGE+1
FGV IBRE. INCC-M 2024–2025. Disponível em: https://portal.fgv.br/. Acesso em: 7 out. 2025. Portal FGV+1
SECOVI-SP. Pesquisas e Índices / Mercado Imobiliário 2025. Disponível em: https://secovi.com.br/. Acesso em: 7 out. 2025. Secovi+2Secovi+2
CBIC. Indicadores Imobiliários Nacionais. Disponível em: https://www.cbicdados.com.br/. Acesso em: 7 out. 2025. cbicdados.com.br
ITDP Brasil. MobiliDADOS – indicadores de mobilidade. Disponível em: https://itdpbrasil.org/. Acesso em: 7 out. 2025. ITDP Brasil
Artigos científicos / teses (5)
WORLD BANK. IIMI, A. Job Accessibility and Urban Transport Connectivity. Washington, 2025. Disponível em: https://openknowledge.worldbank.org/. Acesso em: 7 out. 2025. openknowledge.worldbank.org
BENEVENUTO, R. et al. Measuring access to urban centres in rural Northeast Brazil. Journal of Transport Geography, 2020. ScienceDirect
CNT/NTU. Mobilidade da População Urbana 2024. Brasília, 2024. Disponível em: https://poder360.com.br/ (PDF). Acesso em: 7 out. 2025. Poder 360
DARONCHO, C. Do transporte e mobilidade à cidade de 15 minutos. 2023. Disponível em: ResearchGate. Acesso em: 7 out. 2025. ResearchGate
NABUCO, A. L. Terra urbana, propriedade e gentrificação na periferia. Tese (Doutorado) – UFMG, 2021. Disponível em: Repositório UFMG. Acesso em: 7 out. 2025. Repositório UFMG
Relatórios de consultorias (4)
PwC/ULI. Emerging Trends in Real Estate® 2025 (Global). 2025. Disponível em: https://www.pwc.com/. Acesso em: 7 out. 2025. PwC+1
JLL. São Paulo Office – Market Dynamics/First Look 1T–2T 2025. 2025. Disponível em: https://www.jll.com/. Acesso em: 7 out. 2025. jll.com+1
CUSHMAN & WAKEFIELD. MarketBeat – São Paulo Offices 2T25. 2025. Disponível em: https://www.cushmanwakefield.com/. Acesso em: 7 out. 2025. assets.cushmanwakefield.com
URBAN SYSTEMS. Ranking Connected Smart Cities 2024. 2024. Disponível em: https://www.urbansystems.com.br/. Acesso em: 7 out. 2025. conteudo.urbansystems.com.br
Tese da autora
BERTACCHINI, P. As redes no projeto urbanístico. Tese (Doutorado) – FAU USP, 2007.