Physical Address
304 North Cardinal St.
Dorchester Center, MA 02124
Physical Address
304 North Cardinal St.
Dorchester Center, MA 02124

Como transformar due diligence em alavanca de TIR? Este artigo apresenta o Índice de Plasticidade Urbana (IPU) — métrica que integra acessibilidade, centralidade, modularidade e resiliência climática — e mostra como incorporá-lo ao modelo 7×R de diligência. Com dados atuais (INCC, SECOVI, juros) e referências globais, demonstra-se como comprar opcionalidade e projetar para o switch, elevando liquidez e valor em ciclos voláteis
Como transformar due diligence em alavanca de TIR? Este artigo apresenta o Índice de Plasticidade Urbana (IPU) — métrica que integra acessibilidade, centralidade, modularidade e resiliência climática — e mostra como incorporá-lo ao modelo 7×R de diligência. Com dados atuais (INCC, SECOVI, juros) e referências globais, demonstra-se como comprar opcionalidade e projetar para o switch, elevando liquidez e valor em ciclos voláteis
No cenário atual, marcado por custos de construção ainda pressionados — com o INCC-M acumulando cerca de 7% em 12 meses até agosto e setembro de 2025 — e por condições financeiras seletivas, a decisão de adquirir e desenvolver um terreno deve ir além do checklist defensivo. Propõe-se aqui uma due diligence orientada à plasticidade urbana: verifica-se não apenas a ausência de riscos fatais, mas sobretudo a capacidade do ativo de reconfigurar fluxos e redes para criar valor resiliente ao ciclo.
Essa abordagem dialoga com o pensamento de cidades como sistemas complexos e sociedade em rede, articulando o terreno como nó que interage com infraestruturas, serviços e cadeias produtivas. A plasticidade — a aptidão do espaço em absorver choques, adaptar usos e reprogramar conexões — torna-se atributo mensurável e comparável entre alternativas. (BATTY; CASTELLS; BERTACCHINI.)
Observa-se, de um lado, demanda residencial ainda robusta em São Paulo (109,9 mil vendas no acumulado de setembro/2024–agosto/2025) e, de outro, custo de capital condicionado por trajetória de juros e expectativas futuras. Nesse entremeio, muitos underwritings fracassam não por riscos ocultos tradicionais, mas por baixa plasticidade: rigidez de produto, endereços mal conectados, incapacidade de pivotar uso/tipologia sem fricção regulatória.
Propõe-se incorporar ao screening de originação um Índice de Plasticidade Urbana (0–100), composto por sete dimensões, cada qual ligada a métricas verificáveis em diligência:
Cada dimensão recebe peso segundo a tese do empreendimento (ex.: rental housing prioriza acessibilidade, resiliência e liquidez; for-sale pode elevar diversidade de amenidades e elasticidade preço-renda).

O IPU não substitui o rigor clássico — ele orquestra as camadas:

A) Rede urbana (onde o valor acontece).
B) Reconfiguração do produto (plano B, C e D).
C) Resiliência climática como alavanca de liquidez.

Fase A – Originação (0–30 dias).
Levanta-se IPU preliminar (dados secundários + vistoria urbana). Define-se Go/No-Go com base em IPU≥60 e sem red flags de R1–R4.
Fase B – Confirmação (30–90 dias).
Realiza-se due diligence plena (R1–R7), PRA e Phase I ESA, term sheet com condicionantes de reprogramação (cláusulas de switch de uso/tipologia).
Fase C – Estruturação (90–150 dias).
Value engineering para industrialização/modular; risk budget por pacote; contratos com milestones e repricing.
Fase D – Execução & Monitoramento.
PMO com dashboard de plasticidade (IPU ao longo do ciclo), quarterly risk review, early-warning para gatilhos de pivotagem.
Ao integrar teoria de redes e gestão de riscos, a due diligence de plasticidade urbana transforma a aquisição em arquitetura de opcionalidades. Em vez de “congelar” um produto, projeta-se um espaço adaptativo, apto a reconfigurar fluxos, absorver choques (de custos, demanda e clima) e capturar prêmios de liquidez no exit. Para conselhos de administração, o IPU torna-se linguagem comum entre urbanismo, engenharia, jurídico, finanças e ESG — alinhando criação de valor com resiliência operacional. É nessa interseção que a diligência deixa de ser custo e passa a ser motor estratégico.
BATTY, M. Cities and Complexity. Cambridge, MA: MIT Press, 2005. Disponível em: https://mitpress.mit.edu/9780262524797/cities-and-complexity/. Acesso em: 7 out. 2025.
BERTACCHINI, P. As Redes no Projeto Urbanístico. São Paulo: FAU USP, 2017.
BCB – BANCO CENTRAL DO BRASIL. Taxa Selic – histórico/SGS. Disponível em: https://www.bcb.gov.br/controleinflacao/taxaselic. Acesso em: 7 out. 2025.
CBIC. Desempenho da Construção Civil – 1º tri/2025. Disponível em: https://cbic.org.br/…/final-desempenho-cc-1-tri-2025-e-perspectivas-1.pdf. Acesso em: 7 out. 2025.
CBIC. Desempenho da Construção Civil – 1º sem/2025. Disponível em: https://cbic.org.br/…/final-desempenho-cc-e-perspectivas-1-sem-julho-2025.pdf. Acesso em: 7 out. 2025.
CASTELLS, M. The Rise of the Network Society. 2. ed. Oxford: Wiley-Blackwell, 2009/2010. Disponível em: https://www.wiley.com/en-us/The%2BRise%2Bof%2Bthe%2BNetwork%2BSociety…. Acesso em: 7 out. 2025.
FGV IBRE. INCC-M agosto/2025. Disponível em: https://portalibre.fgv.br/press-releases/incc-m-de-agosto-de-2025. Acesso em: 7 out. 2025.
FGV IBRE. INCC-M setembro/2025. Disponível em: https://portalibre.fgv.br/press-releases/incc-m-de-setembro-de-2025. Acesso em: 7 out. 2025.
FIPE. FIPEZAP – série e metodologia. Disponível em: https://www.fipe.org.br/en-us/indexes-and-indicators/fipezap/. Acesso em: 7 out. 2025.
HAWKEN, P.; LOVINS, A.; LOVINS, L. H. Natural Capitalism. New York: Little, Brown/Routledge, 1999/2010. Acesso em: 7 out. 2025.
HENNESSEY, B. The Due Diligence Handbook for Commercial Real Estate. 2. ed. 2015. Disponível em: https://www.amazon.com/dp/1511996897. Acesso em: 7 out. 2025.
KPMG. Global ESG Due Diligence Study 2024. Disponível em: https://assets.kpmg.com/…/esg-due-diligence-study-2024.pdf. Acesso em: 7 out. 2025.
KNIGHT FRANK. The Wealth Report 2025. Disponível em: https://www.knightfrank.com/wealthreport. Acesso em: 7 out. 2025.
McKINSEY & COMPANY. Unlocking success in modular construction (2025). Disponível em: https://www.mckinsey.com/…/unlocking-success-in-modular-construction. Acesso em: 7 out. 2025.
McKINSEY & COMPANY. Making modular construction fit (2023). Disponível em: https://www.mckinsey.com/…/making-modular-construction-fit. Acesso em: 7 out. 2025.
MONTEIRO, D. A due diligence imobiliária… UFSC, 2025. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/262761. Acesso em: 7 out. 2025.
SECOVI-SP. Pesquisa do Mercado Imobiliário – Agosto/2025. Disponível em: https://secovi.com.br/pesquisa-secovi-sp-do-mercado-imobiliario-agosto-2025/. Acesso em: 7 out. 2025.
ASTM INTERNATIONAL. E1527-21 – Phase I Environmental Site Assessments. Disponível em: https://www.astm.org/e1527-21.html. Acesso em: 7 out. 2025.
ASTM INTERNATIONAL. E3429-24 – Property Resilience Assessments. Disponível em: https://www.astm.org/e3429-24.html. Acesso em: 7 out. 2025.
WORLD BANK. Urban population (% of total) – Brazil. Disponível em: https://data.worldbank.org/indicator/SP.URB.TOTL.IN.ZS?locations=BR. Acesso em: 7 out. 2025.
YANG, L. (2023). Accessibility & housing prices. Journal of Urban Technology. Disponível em: https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/15481603.2023.2232191. Acesso em: 7 out. 2025.
AGUILAR, R. (2024). Network accessibility/centrality & prices – Porto Alegre. Finisterra. Disponível em: https://revistas.rcaap.pt/finisterra/article/view/34731/25303. Acesso em: 7 out. 2025.