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Em um ciclo de custos elevados e absorção seletiva, placemaking deixa de ser estética e torna-se infraestrutura de NOI. O artigo demonstra, com dados recentes (vacância A/A+ em SP, INCC-M, fluxo setorial do varejo e índices globais), que métricas de engajamento urbano — permanência, repetição, vitalidade 18h, experiência espacial e retenção — reduzem churn, aceleram lease-up e sustentam rent uplift, criando place-alpha. À luz da teoria de redes urbanas e de evidências empíricas, propõe-se um dashboard traduzível em caixa, risco e valor, orientando decisões de produto, operação e capital.
Em um ciclo de custos elevados e absorção seletiva, placemaking deixa de ser estética e torna-se infraestrutura de NOI. O artigo demonstra, com dados recentes (vacância A/A+ em SP, INCC-M, fluxo setorial do varejo e índices globais), que métricas de engajamento urbano — permanência, repetição, vitalidade 18h, experiência espacial e retenção — reduzem churn, aceleram lease-up e sustentam rent uplift, criando place-alpha. À luz da teoria de redes urbanas e de evidências empíricas, propõe-se um dashboard traduzível em caixa, risco e valor, orientando decisões de produto, operação e capital.

Entre o discurso sedutor do placemaking e a matemática austera do Net Operating Income (NOI) existe um corredor estratégico onde decisões de investimento ganham lastro: métricas de engajamento urbano. Em vez de tratar o desenho de lugares como mero adorno, propõe-se mensurar sua capacidade de reduzir churn (rotatividade de inquilinos/consumidores) e elevar preço real (renda efetiva ajustada a risco e custo de capital). Em cenários de juros ainda elevados e custos de construção pressionados — vide a trajetória recente do INCC-M (12m) entre ~5,2% e ~7,5% ao longo de 2024–2025 — o lugar bem projetado precisa demonstrar produtividade de caixa, não apenas beleza. Portal FGV
A perspectiva aqui adota a noção de redes urbanas catalíticas: configurações espaciais e programáticas que potencializam externalidades de rede (fluxos de pessoas, serviços e dados), gerando elasticidade positiva sobre absorção, permanência e spend local. Tal hipótese dialoga com a literatura sobre urbanização, aglomeração e valor de amenidades — de Jacobs à economia da aglomeração — e ganha formalização operacional na tese As Redes no Projeto Urbanístico (FAU-USP, 2017), que discute plasticidade e conectividade como motores de regeneração. Conecta-se, também, à evidência empírica contemporânea sobre como acessos/redes e qualidade ambiental urbana afetam preços e liquidez. ScienceDirect+3PLOS+3PMC+3

A compressão do risco imobiliário passou a exigir narrativas quantificáveis. A dinâmica de escritórios prime em São Paulo ilustra: a vacância de alto padrão caiu para 18,3% no 1T-2025 e seguiu em queda no 2T-2025, atingindo ~16,65% — o menor patamar desde 2020 — num contexto de demanda seletiva por localizações com serviços, mobilidade e ativos de convivência. Tal queda desloca aluguéis pedidos e leverage de negociação; ao mesmo tempo, empurra operadores a capturar premium por desempenho do lugar (experiência, conveniência, segurança, saúde). jll.com+1
Do lado do capex/opex, a inflação de custos (INCC) e pressão salarial mantêm a “régua de viabilidade” alta — exigindo que cada intervenção em placemaking prove efeito em absorção, rent uplift e permanência. A leitura setorial da construção e das cadeias de custo confirma este pano de fundo. CBIC+1
No varejo físico, os shoppings seguem relevantes no Brasil — 648 empreendimentos, R$ 198,4 bi de faturamento anual em 2024 e ~476 milhões de visitas mensais — indicando que lugares curados e conectados continuam a materializar network effects entre operadores, lojistas e consumidores. ABRASCE+1

Engajamento urbano é definido aqui como o grau de interação repetida entre pessoas e um conjunto espacial de alta acessibilidade, conforto, programação e serviços. Em linguagem de NOI, ele opera por cinco canais:
A intuição sistêmica é coerente com a teoria de redes urbanas: sistemas densos de conexões físicas e informacionais aumentam a probabilidade de encontros produtivos, reforçando resiliência e valor. PLOS


Propõe-se um dashboard modular, com métricas traduzíveis para NOI e risco:

Casos internacionais de catalytic development mostram como a estratégia de “começar pelo lugar” — misturando âncoras, espaço público e mobilidade — reorganiza fluxos e valor, com retornos de longo prazo. A síntese de seis casos pela Brookings destaca o papel do investidor-curador e a orquestração de uses para ativar demanda latente por walkable urban places. Brookings
Na escala metropolitana, a urbanização brasileira permanece alta, reforçando a base de demanda para centralidades bem conectadas. World Bank Open Data Ranking nacionais de cidades inteligentes evidenciam que a convergência de mobilidade, governança digital e meio ambiente cria plataformas de competitividade urbana — rails sobre os quais o placemaking opera. conteudo.urbansystems.com.br+1
No ciclo atual, consultorias globais convergem: custos elevados, incerteza macro e lenta normalização de juros impõem disciplina. O Wealth Report e o PGCI mostram recuperação moderada de mercados prime (+2,8% a/a até mar/2025 vs 5,3% de média de longo prazo), reforçando que o alpha deve vir também da performance do lugar. Knight Frank
6.1. Diagnóstico orientado por dados
6.2. Táticas de ativação com conta de chegada
6.3. Business case — sensibilidade à vacância
A Figura 5 ilustra, com base em parâmetros explícitos (30.000 m²; R$110/m²; OPEX R$28/m²; cap rate 8%), o efeito de reduzir a vacância de 18,3% (Q1/25) para 16,65% (Q2/25). O ganho anual de NOI e a capitalização a 8% resultam em incremento significativo de valor — efeito plausível em ativos com placemaking que sustenta absorção e renovação. jll.com+1
Sugere-se incorporar ao asset plan:
A transição do placemaking como estética para o placemaking como infraestrutura de NOI está em curso. Ao medir engajamento urbano com precisão — e ao projetar redes catalíticas que transformam fluxos em caixa — reduz-se churn, melhora-se absorção e constrói-se preço real. Em um mercado onde custos pressionam e a retomada é desigual, ganha quem conseguir provar, com dados, que o lugar performa.

BERTACCHINI, Patricia. As Redes no Projeto Urbanístico. São Paulo: FAU-USP, 2017. (Tese de Doutorado).
FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS. INCC-M: Resultados 2025. Disponível em: https://portal.fgv.br/noticias/incc-m-2025. Acesso em: 08 out. 2025. Portal FGV
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SECOVI-SP. Locação de escritórios — 1º trimestre de 2025. Disponível em: https://secovi.com.br/secovi-sp-divulga-dados-de-locacao-de-escritorios-no-1o-trimestre/. Acesso em: 08 out. 2025. Secovi
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