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Térreos ativos não são estética: são infraestrutura de receita. Com base em teoria de redes, métricas de vitalidade e evidências de mercado, demonstra-se como o desenho urbano plástico reduz vulnerabilidade — vacância, obsolescência e ilhas de calor — e revela prêmio mensurável no NOI. Apresentam-se alavancas de CAPEX, indicadores operacionais e referências atualizadas, focadas na decisão de CEOs e diretores de incorporação.
Térreos ativos não são estética: são infraestrutura de receita. Com base em teoria de redes, métricas de vitalidade e evidências de mercado, demonstra-se como o desenho urbano plástico reduz vulnerabilidade — vacância, obsolescência e ilhas de calor — e revela prêmio mensurável no NOI. Apresentam-se alavancas de CAPEX, indicadores operacionais e referências atualizadas, focadas na decisão de CEOs e diretores de incorporação.

Observa-se que a discussão sobre plasticidade urbana e térreos ativos deixou o campo da retórica para ocupar o centro do tabuleiro de risco e retorno. À medida que cadeias de valor migram para modelos cada vez mais dependentes de experiência, caminhabilidade e redundância climática, o térreo deixa de ser apenas fachada para tornar-se mecanismo de absorção de choques — sociais, econômicos e ambientais. A teoria em redes oferece gramática robusta para orientar esse desenho: estruturas com centros múltiplos, ligações fortes e fracas e capacidade de recombinar usos no tempo tendem a capturar fluxos de pessoas, dados e capital de modo mais eficiente. Em mercados que viram a demanda por escritórios e varejo reconfigurar-se, o térreo atua como plataforma de reposição de vitalidade e hedge operacional, reduzindo vacâncias e encurtando ciclos de reposicionamento. McKinsey & Company+1
A plasticidade urbana deriva de duas vertentes complementares: (i) a ciência das cidades e a sintaxe espacial, que quantificam integração e choice em malhas viárias, e (ii) a ciência das redes, que descreve topologias resilientes (hub-and-spoke, scale-free) e sua resposta a choques. Em termos práticos, procura-se maximizar acessos multimodais, encurtar distâncias funcionais e organizar “microcentralidades” que redistribuem fluxos no plano do pedestre. A literatura de Gehl e Jacobs fornece o protocolo do cotidiano — olhos da rua, permeabilidade visual, frentes ativas e mistura de horários — enquanto Batty e Barabási oferecem os instrumentos de medida e abstração. Wikipedia+3EDITORA PERSPECTIVA+3Academia+3
No Brasil, a urbanização já consolidada e o adensamento em metrópoles criam ambiente propício para térreos como infraestrutura. Com população urbana acima de 80% e concentração produtiva em capitais, a eficiência marginal do desenho de térreos supera, com frequência, intervenções exclusivamente viárias. Observa-se, ainda, que capitais privados reorientam portfólios para ativos com melhor desempenho ESG e menor obsolescência funcional, elevando o valor de projetos com térreos vivos e logísticas de baixa fricção. Banco Mundial
A literatura recente mensura prêmios de caminhabilidade no preço de ativos residenciais e comerciais, mesmo em mercados maduros, e evidencia correlações entre vitalidade de ruas e desempenho de lojas. Estudos apontam acréscimo estatisticamente significativo de valor em locais com melhor walkability; em paralelo, análises com Space Syntax associam visibilidade e integração a maior vitalidade varejista. No plano térmico, infraestrutura verde e azul reduz ilhas de calor, impactando conforto e custos operacionais. Em síntese: térreos ativos funcionam como mecanismos de redução de vulnerabilidade (vacância, ociosidade, sensibilidade climática) e de elevação do NOI via captura de tráfego qualificado. PMC+4ScienceDirect+4ResearchGate+4
Em mercados corporativos brasileiros, relatórios de 2025 sinalizam queda da vacância e escassez de espaços contíguos de alto padrão em São Paulo, com mudança do perfil de busca do lado da demanda. Projetos capazes de internalizar fluxos (alimentação, saúde, conveniência, serviços de última milha) no térreo respondem mais rapidamente a variações de uso dos pavimentos superiores, mitigando períodos de transição e ajustando a receita acessória. colliers.com+1
Propõe-se quadro mínimo de controle no board pack de empreendimentos multiuso:

Para reduzir vulnerabilidade e revelar prêmio, recomenda-se CAPEX seletivo em oito alavancas:
O ano de 2025 mantém volatilidade de preços medida pelo IGP-M, com sequência de meses negativos no meio do ano e recuperação no 3º trimestre, sugerindo janela para negociações táticas de fit-out e capex timing (ver Figura 1). Portal FGV+1 No vetor de demanda residencial em São Paulo, a pesquisa Secovi mostra fôlego com 109,9 mil vendas e 124,3 mil lançamentos no acumulado de 12 meses até agosto de 2025 (ver Figura 2), estabelecendo esteira de clientes para térreos de conveniência e serviços. Secovi
Do lado do investidor global, relatórios PwC/ULI e Knight Frank mapeiam cautela, porém com reprecificação em curso e foco na qualidade locacional e em ativos operacionais ou capazes de gerar experiência. Observa-se atenção a fatores ESG e a cidades com governança e capacidade de execução, reforçando a tese de térreos como componente crítico de liquidez. PwC+2knowledge.uli.org+2

Sugere-se um índice composto (0–100) para priorizar CAPEX em térreos, com quatro pilares ponderados:
A pontuação compõe mapa de calor na quadra, identificando hotspots de intervenção rápida vs. demandas estruturais. A evolução do índice antes/depois baliza cap rate expansion/compression na modelagem financeira do projeto, articulando teoria de redes (estrutura) e termodinâmica urbana (clima). Frontiers+2Agência de Proteção Ambiental+2
A investigação sobre redes no projeto urbanístico identificou que morfologias com plástica conectiva — capacidade de reconfiguração de percursos e acoplamento de microcentralidades — potenciam a emergência de vitalidade sem a necessidade de “grandes obras”. No nível do empreendimento, traduz-se em térreos que costuram malhas: passagens, pátios, galeria pública e desenho de esquinas. Em portfólios, implica redundância positiva entre ativos, organizando constelações de térreos conectores, com efeito agregado de robustez urbana. (Bertacchini, 2017)
Conclui-se que térreos ativos são alavancas de gestão de risco e geradores de prêmio em um mercado reprecificado e com mudanças de uso persistentes. Ao incorporar teoria em redes (estrutura), métricas operacionais (vitalidade e clima) e governança de CAPEX, os empreendimentos reduzem vulnerabilidade — vacância, obsolescência funcional, sensibilidade térmica — e sustentam yield on cost superior. Em linguagem de conselho de administração: trata-se de infraestrutura de receita que, bem desenhada, encurta a distância entre arquitetura, operação e finanças.

BERTACCHINI, Patricia. As Redes no Projeto Urbanístico. FAU USP, 2017. (Arquivo anexo)
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